Coronovirus : um aperitivo na janela para « combater » o confinamento

23

mar | 2020

Coronovirus : um aperitivo na janela para « combater » o confinamento

Em várias cidades os franceses beberam um aperitivo em suas janelas, sexta à tarde, ouvindo música ou trocando algumas palavras com seus vizinhos.

 

« Brindar como uma sexta-feira normal », 20 de março, alguns dias após o começo do confinamento, franceses organizaram um aperitivo em suas janelas em várias cidades, em Paris ou em Toulouse, para “combater a rotina” do isolamento decidido pelo governo para lutar contra o coronavírus.

 

Após os já tradicionais aplausos que ressoam às 20 horas em todo lugar na França para agradecer os profissionais da saúde, em primeira linha contra a epidemia, alguns vizinhos ficaram em suas janelas, com o copo na mão.

 

Como no bairro de Belleville, em Paris, onde, com uma cerveja na mão, Gaël, 35 anos e pai de um menino de 3 anos, quer “brindar como uma sexta-feira normal”. “E mesmo se for da minha janela, que devo falar mais alto, eu quero continuar a tradição”, explica, do 3º andar da sua residência. Segundo ele, esses aperitivos podem “ajudar a combater a rotina” do confinamento e sobretudo “lutar contra o vírus como der”.

 

Pôr um pouco de bálsamo no coração.

 

À sua frente, um DJ, John, 26 anos, « mixe » no balcão. “Quero fazer isso uma horinha, melhora o ambiente da casa”, explica o jovem empreendedor, um cartaz na varanda “profissionais da saúde, soldados sem arma”.

 

Um pouco mais cedo, em uma rua adjacente do canal Saint-Martin, em Paris, o som faz ressoar os ritmos sorridentes desde às 18h30. “Meu marido é DJ e ele disse para si mesmo: Então vamos dividir a música com as pessoas da rua e pôr um pouco de bálsamo no coração, mesmo se a gente não pode se juntar” explica Khadija da sua varanda, na qual está preso um cartaz “Antídoto corona”, enquanto Redouane garante o ambiente atrás do pick-up.

 

 

DJ Day Win nem esperou o chamado para “a festa das varandas”  dessa sexta-feira à tarde para  “apoiar os profissionais da saúde”: ele começou desde a primeira noite de confinamento. Khadija testemunha:

 

“A gente tentou ver se as pessoas teriam vontade, agora todas as noites elas pedem para tocar um tempo a mais.”

 

“Isso nos aproximou do prédio da frente”, diz ela, que vive em total confinamento com sua família porque sua filha tem uma doença crônica. “A gente prometeu fazer um aperitivo enorme no fim do quarentena.”

 

A Sra esta bem? Não precisa de nada ?

 

Em Toulouse, em vários bairros, como o do Compans-Cafarelli e das Minimes, numerosos moradores foram igualmente para a varanda, lançando “bravos!” à intenção dos profissionais da saúde.

 

Como durante várias noites, pessoas que não se conhecem trocam palavras.No exemplo desse sênior, lançando para seu jovem vizinho: “Se você precisar de livros durante o confinamento, não hesite, tenho um monte na garagem”.

 

A alguns metros dali, uma vovó sai para aplaudir. “A Sra está bem? A Sra não precisa de nada?” pergunta-lhe um vizinho.

 

Tradução: Charles Le Talludec

Fonte: https://www.lemonde.fr/ 

 

Charles Le Talludec

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Charles Le Talludec - Advogado